Como disse à pouco, estudo Jornalismo. Uma coisa positiva do meu curso é o Comunica-te. Um jornal que é feito pelos alunos do 2º ano de Ciências de Comunicação. É simples, mas não é básico. Além disso, com "ele " aprendemos a detectar erros que seriam impossíveis de encontrar na teoria. É uma boa experiência. Sem dúvida. Vai dar-nos um bocadinho de "mundo".
Ora, mas estamos na geração "polegar" , por isso, não podemos negar ao comunica-te, pelos menos eu não, a oportunidade de estar na Internet. Por isso, todos os meus trabalhos serão publicados.
Noites de Braga escoltadas pela insegurança
Os números dão voz à insegurança da vida nocturna de Braga. Todos os anos a criminalidade, em Portugal, sobe e as ruas de Braga não são excepção.
Sair à noite em Braga é cada vez mais perigoso. Quem o diz são os números que disparam ano após ano. Mesmo assim, todas as quartas-feiras os estudantes vão beber o copo. Embora a noite seja a mesma, os cenários acabam por ser diferentes. Muitos experimentam o sabor amargo de serem assaltados.
É meia-noite. Enquanto os bares enchem, os estudantes bebem o primeiro copo. Sem stress. “Braga ainda é uma cidade pacata”, defendem os agentes da PSP.
Os números mostram o contrário. Ao longo dos últimos sete anos, o crime tem aumentado em Braga. Só em 2007 a subida foi de 4,7 e os dados de 2008 do Relatório de Segurança Interna revelados no final Março mantêm uma tendência de subida: mais 0,4% relativamente ao ano anterior. O crime de carácter violento e grave aumentou 5,1 por cento. Foram registadas 889 ocorrências.
João Cabral,nome fictício, já entrou nas estatísticas. O estudante de engenharia da Universidade do Minho, já foi assaltado cinco vezes nos últimos 3 anos. “Até já fui assaltado duas vezes pela mesma pessoa. Já me enchi de fazer queixa na polícia. Continuo sem ver polícias nos bares da Universidade do Minho e na rua D.Pedro V”.
Em 2008, segundo dados do Ministério da Administração Interna, os crimes contra pessoas representam 23 por cento do crime total registado em Portugal. O que corresponde a um acréscimo de 1.5 por cento - mais 1421 casos. Já o crime violento aumentou 10,8% e a criminalidade geral subiu 7,5%.
Em Braga, carros e estabelecimentos são os alvos preferidos para furtos. “Há muita polícia na rua. Não podemos fazer mais porque os meios humanos não nos permitem”, lamenta a polícia.
O gerente de uma das mais conceituadas discotecas de Braga diz ser “obrigado” a ter seguranças no parque de estacionamento, porque não existe patrulhamento. Em casos extremos, a noite conta com a polícia de intervenção e, segundo os seguranças e porteiros de bares e discotecas, é a única que consegue controlar a situação. Quando aparecem. “A polícia só surge para passar multas ou em casos extremos, o resto está por nossa conta”, lamentam.
Os polícias não concordam. “ Todas as noites fazemos patrulhas para vigiar as zonas mais perigosas. Desde a rua D.Pedro V, até aos bairros mais problemáticos”.
Quem trabalha na noite conhece a área. Quem entra, quem sai. E até quem não passa. André Carvalho trabalha em bares e discotecas. A noite está-lhe nos genes, mas nem isso o impediu de ser apanhado na teia dos assaltos. Ia calmamente para casa quando percebeu que estava a ser seguido. Valeram-lhe uns desconhecidos que impediram o assalto.
São três da manhã. Não há patrulhas, não há polícias. As ruas de Braga ficam entregues ao silêncio.
Soraia Freitas e Vânia Correia